Pagamento de trabalho nocturno e suplementar

Enfermeiros vencem <br>e insistem

A pressão do SEP/​CGTP-IN e a luta dos en­fer­meiros estão a gerar novos avanços, para acabar com a dis­cri­mi­nação no pa­ga­mento das horas pe­nosas e de qua­li­dade.

A sub­con­tra­tação corrói o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde

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Todos os pro­fis­si­o­nais de en­fer­magem, in­cluindo os que estão em re­gime de con­trato in­di­vi­dual de tra­balho (CIT) nas en­ti­dades pú­blicas em­pre­sa­riais do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, devem ser re­mu­ne­rados de acordo com o DL 62/​79 pelo seu tra­balho noc­turno e su­ple­mentar. Esta rei­vin­di­cação, apoiada em per­sis­tentes pro­testos dos en­fer­meiros e do seu sin­di­cato, foi con­tem­plada num ofício da Ad­mi­nis­tração Cen­tral do Sis­tema de Saúde, en­viado na se­mana pas­sada às ad­mi­nis­tra­ções de vá­rias EPE, que ale­gavam há meses falta de es­cla­re­ci­mentos da tu­tela, para pas­sarem a aplicar uma ori­en­tação que o Mi­nis­tério e a ACSS já ti­nham de­cla­rado ser ofi­cial.

Nestes dias, o Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses e as suas di­rec­ções re­gi­o­nais fi­zeram saber que, no Centro Hos­pi­talar do Porto, as horas serão pagas já em Agosto. No Centro Hos­pi­talar Leiria-Pombal, a ad­mi­nis­tração com­pro­meteu-se a ini­ciar em Se­tembro o pa­ga­mento das horas re­a­li­zadas desde Ja­neiro de 2011 por cerca de 150 en­fer­meiros, de­vendo o pro­cesso ficar com­pleto até ao pri­meiro tri­mestre de 2013 – o que levou a que fi­casse sus­pensa a greve mar­cada para os dias 28, 29 e 30 deste mês.

O Centro Hos­pi­talar de Lisboa Oci­dental não res­pondeu ainda a um pe­dido de reu­nião do SEP, de­vido a fé­rias de mem­bros da ad­mi­nis­tração. O sin­di­cato marcou reu­niões de en­fer­meiros nos hos­pi­tais S. Fran­cisco Xa­vier (dia 4 de Se­tembro), Egas Moniz (dia 11) e Santa Cruz (dia 19).

Na Uni­dade Local de Saúde do Alto Minho está em marcha uma greve dos en­fer­meiros em re­gime de CIT, para dias 5, 6 e 7 de Se­tembro, para a qual foi feito um apelo à so­li­da­ri­e­dade dos pro­fis­si­o­nais abran­gidos pelo con­trato de tra­balho em fun­ções pú­blicas. Um pe­dido de reu­nião com a ad­mi­nis­tração, que o SEP apre­sentou em Abril, só teve res­posta a 7 de Agosto, de­pois de con­vo­cada uma greve para os dias 22, 23 e 24. A ad­mi­nis­tração marcou a reu­nião para 3 de Se­tembro, e os en­fer­meiros de­ci­diram, no dia 8 de Agosto, num ple­nário no Hos­pital de Viana do Cas­telo, con­vocar aqueles três dias de greve.

A lista das EPE in­cum­pri­doras in­clui ainda os cen­tros hos­pi­ta­lares do Médio Tejo, de Ton­dela-Viseu, do Médio Ave, de Póvoa de Varzim e Vila do Conde, e do Tâ­mega e Sousa. À ARS Norte, o SEP co­mu­nicou no dia 10 que uma greve em Se­tembro será a res­posta da classe, caso o pa­ga­mento dis­cri­mi­na­tório per­sista e não seja agen­dada ur­gen­te­mente uma reu­nião com o sin­di­cato.

Contra a es­cra­va­tura, que teve ex­pressão na sub­con­tra­tação de en­fer­meiros a troco de menos de quatro euros por hora, o SEP de­cidiu pintar an­te­ontem à tarde um mural frente à Uni­dade Fun­ci­onal do Centro de Saúde de Odi­velas.

Com pa­ga­mentos em atraso desde Ou­tubro, quase três de­zenas de en­fer­meiros do Centro Hos­pi­talar Oeste Norte pro­tes­taram, no dia 14, frente à sede da em­presa de tra­balho tem­po­rário Com­ple­mentus, na Ama­dora, e des­lo­caram-se de­pois ao Mi­nis­tério da Saúde. Para an­te­ontem, ficou mar­cada nova reu­nião na em­presa e o SEP pre­tendia ser re­ce­bido no Mi­nis­tério no mesmo dia.




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